segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Semiotica e Ilustração

         Vivemos em uma sociedade que se vê intensamente entrelaçada pela tecnologia de informação, num ambiente de troca intensa de informações e processos que visam produção de mensagens e sentidos por meio de uma variedade de linguagens dos meios de comunicação. A ilustração faz parte desse ambiente onde o significado se apresenta como valor central. Para compreender melhor esse ambiente dominado por diversas mídias e mensagens, a semiótica, ciência que estuda os signos e as linguagens, torna-se uma ferramenta indispensável para o profissional de ilustração, de maneira tal que, seu papel, não pode mais ser mais reduzido e negligenciado na carreira de qualquer profissional de comunicação visual.
 
A semiótica é a ciência geral dos signos e da significação, mas o que vem a ser signo? De uma forma simples, podemos compreender que, signo é o núcleo ou elemento mais simples que pode ser encontrado no meio do processo de comunicação ou significação. Na comunicação, o emissor tem a função de passar a mensagem para o destinatário, essa mensagem (na forma de texto ou imagem), pode ou não ser compreendida pelo destinatário que tem por trabalho interpretar, reagir ou rejeitar a mensagem. O signo pode ser pensado, inicialmente, como uma espécie particular de instrumento, elaborado para funções comunicativas como, por exemplo: uma fotografia, uma escrita, um desenho, um vídeo ou uma ilustração.
Signo, de modo mais técnico, é aquilo que representa algo para alguém: é aquilo que passa uma mensagem ou uma informação de algo para alguém e, está no lugar deste algo. Por exemplo: quando vemos uma pintura de uma maçã, a pintura da maçã não é a maçã (enquanto coisa) e sim uma reapresentação da maçã com o aspecto que a pintura pode representar a maçã. Uma pintura não pode representar todos os aspectos da maçã: ela reapresenta somente o aspecto visual e bidimensional da maçã. Outros aspectos como, o sabor, o cheiro, o volume tátil, a textura material da maçã e outras qualidades ficam de fora da pintura. E por mais que fosse possível haver um signo que representa o máximo dos aspectos característicos de uma determinada maçã, ainda seria uma representação, uma reprodução daquela maçã e não a própria maçã. Há um quadro do pintor belga, René Magritte (1898 - 1967) que brinca com essa natureza do signo. Veja abaixo:
 
 
 
Um signo é aquilo que representa algo, em certo aspecto. Cada linguagem representa algo de acordo com sua potencialidade de representação. Uma fotografia representa uma maçã de forma diferente de um vídeo, de uma ilustração, de uma escultura, etc. Uma escultura tem o potencial de representar aspectos tridimensionais da maçã; Uma fotografia representa muitos detalhes visuais (textura, cores, tons); Uma ilustração tem o potencial de representar a maçã de forma imaginaria: na ilustração, uma maçã pode ser estilizada, ou tornar-se um personagem com olhos, nariz, boca, pernas e braços e fazer parte de uma campanha publicitária para venda de maçãs. Desse modo, podemos concluir que um signo, além de representa algo sobre certo aspecto, também pode acrescentar outros aspectos e produzir mensagens diversas e novos sentidos. Essa noção é importante para quem quer se tornar um ilustrador, pois a ilustração é um signo e, o trabalho do ilustrador consiste na representação: na produção mensagens e sentidos por meio de imagens artísticas e digitais.

A Ilustração como signo.

Geralmente nas mídias, temos dois tipos predominantes de signos: o linguístico - que seria o texto escrito; E a imagem - que pode ser uma fotografia, uma ilustração figurativa ou ilustração abstrata.
            A escrita ou o signo linguístico, seu processo de significação (ou semiose), ocorre por uma representação de um signo que é bem diferente da coisa a ser representada. A ilustração figurativa, um signo icônico, seu processo de significação (semiose) ocorre por um processo de semelhança com a coisa que ela pretende representar, um processo lógico, quase natural, por analogia. Por exemplo: o desenho de uma maçã (signo icônico), não é a maçã real, mas a representação gráfica e icônica da maçã. Icônica significa semelhante. Ao olharmos para o desenho (signo icônico) e para a referência (imagem da fruta), que foi fonte para o desenho, perceberemos a semelhança visual entre ambos, de modo que, não faremos esforço para reconhecer a semelhança e assumir a ideia da maçã representada no desenho. Diferentemente seria se olharmos para a palavra escrita “maçã” e a fruta, onde veremos que não há semelhança alguma entre o signo verbal “maçã” e a fruta. Veja abaixo:


 


A icônicidade da imagem pode ser variada, e ir desde a fidelidade realística vista na fotografia e nos retratos realistas da pintura clássica, até a sugestão de uma semelhança nos desenhos estilizados: caricatura, retrato impressionista ou mesmo nos efeitos de deformação feito por um software numa fotografia. (Bordenave,1986, p.40). Abaixo vemos que a representação icônica de um rosto pode ser mais para o lado realista ou para o lado cartunizado ou linear:

 
O trabalho de estilização, não só produz um aspecto visual diferente, mas também, produz diferentes significados. Por exemplo: uma ilustração realista pode conotar mais seriedade, enquanto uma ilustração cartunizada, conota ludicidade. Desse modo, ela pode ser utilizada para atingir objetivos comunicacionais específicos e públicos distintos.
Vimos que a ilustração é um signo, isto implica dizer que ela é um tipo de texto, que temos, como ilustrador profissional, aprender a produzir, ler, interpretar esse tipo de texto icônico. É o que veremos no próximo tema: leitura e analise de imagens.
Referencia bibliográfica:
BOADERNAVE, Juan E. Diaz. Além dos meios e mensagens - Introdução á comunicação processo, tecnologia, sistema e ciência. Rio de Janeiro: Vozes, 1986.
JOLY, Martine. Introdução á Analise da Imagem. São Paulo: Papirus, 2008.
PERUZZOLO, Adair Caetano. Elementos de Semiótica da Comunicação - quando aprender é fazer. São Paulo: EDUSC, 2004.
VOLLI, Ugo.  Manual de Semiótica.  São Paulo: Edições Loyola, 200
Por: Marcio Ferreira de Araujo Miyazato é professor da Formação Profissional de Ilustração na Fundação Bradesco - Osasco.

Ilustração: Sintaxe, semântica e pragmática.

Sintaxe, semântica e pragmática.

Vimos anteriormente, que a ilustração e o desenho distinguem-se, principalmente, por seus objetivos ou finalidades, dito de outro modo, seu uso ou dimensão pragmática.
Vamos utilizar três termos do estudo da linguagem para compreender melhor essa distinção entre ilustração e desenho artístico em relação sua função como linguagem e mídia. Observe a figura abaixo:


 
O termo sintaxe vem do grego sin (junto, ao lado de), taxe (conduzir) que significa colocar conduzir junto ou ao lado. Os aspectos sintáxicos ou sintáticos são os aspectos da composição dos elementos visuais ou gráficos da imagem como: cor, tonalidade, textura, orientação e disposição espacial entre as figuras, formas e outros elementos visuais. Na imagem acima, temos uma composição entre um fundo de uma paisagem com predominância de cores frias e neutras, com predominância do verde e é bem dividida espacialmente da figura do personagem, em primeiro plano, com cores quentes. Apesar do contraste à uma harmonia entre verde vermelho que são cores complementares.  O cenário predomina no espaço acima da composição enquanto o personagem fica abaixo, etc. Informações desse tipo, mais visual ou gráfico que consideramos à dimensão sintáxica da imagem.
            O semântico refere-se ao conteúdo ou ideia que lemos na compreensão da imagem. Trata-se do significado ou a mensagem que ela produz. Por exemplo, percebemos na imagem, um cenário arborizado, com casas vista de cima e, a frente um garoto criativo e aventureiro com seu carrinho de rolimã voador. A dimensão semântica é a dimensão do significado da mensagem da imagem.
            A dimensão pragmática pode se referir ao uso, no sentido de efeito da mensagem no público, quanto também, implicar no sentido utilitário do termo. A imagem acima do cenário arborizado, com casas vista de cima e, à frente um garoto criativo e aventureiro com seu carrinho de rolimã voador, pode produzir um efeito contemplativo lúdico ou divertido, passar uma sensação de aventura, adrenalina e até mesmo estimular o público buscar uma aventura, refletir no tema da criatividade ou das invenções da humanidade, etc. Devido a esse potencial de produzir efeito é que essa imagem pode ser apropriada como instrumento de comunicação, propaganda ou como objeto de exposição. Vamos observar abaixo essa questão do uso no sentido utilitário:

 
 
Acima à esquerda, o desenho pode, em determinado contexto, ser utilizado como uma arte para uma exposição, onde seu tema transmite a ideia de aventura e criatividade. À direita, o desenho teve acréscimo de outras informações e foi aplicado a um cartaz de comunicação visual para um evento de feira de quadrinhos, nesse momento, o desenho é utilizado para atender uma necessidade de comunicação e marketing de um cliente, agora numa relação de fins comerciais, e não mais, uma necessidade de expressão pessoal do artista, logo, passou a ser uma ilustração.  A ideia, de aventura e criatividade, foi deslocada e explorada para a composição da mensagem de um cartaz publicitário, com objetivo de passar uma mensagem para atrair um determinado público para um evento de mercado. Para concluir, podemos dizer que o valor pragmático e utilitário do desenho artístico, vai em direção ao contemplativo e ao estético, enquanto, na ilustração a direção é ideológica e mercadológica. Essa distinção se faz cada vez mais necessária na área da ilustração, para o ilustrador, enquanto profissional, possa demarcar um lugar ético e uma identidade definida e seu valor na sociedade.
 
Por: Marcio Ferreira de Araujo Miyazato é professor da Formação Profissional de Ilustração na Fundação Bradesco - Osasco.

Sketchbook como processo criativo.

Sketchbook como processo criativo.

 Sketchbook é um livro ou um caderno com paginas em branco para fazer esboço e estudos de desenho, geralmente utilizado por artistas, desenhistas e ilustradores como parte do processo criativo em seu trabalho.
            Numa exposição de sketchbooks para o Fogg Art Museum na Universidade Havard em 2006, os sketchbooks foram classificados nas seguintes categorias: observação e invenção. Cada uma é relacionada ao uso ou tipo de estudo que se faz no sketchbook:

· Observação: Têm foco no estudo de documentação do mundo externo, incluindo estudos de viagens, da natureza e também, de esboços de memória do artista;


· Invenção: São esboços que seguem a inspiração e a imaginação do artista. Tem seu uso menos formal e mais livre e auxilia o ilustrador/a ou artista na composição e desenvolvimento de ideias novas e experimentais.

Tipos de sketchbook


            Sketchbooks apresentam uma variedade de formas ,tamanhos, cores, volume além de outros meios e tipos de estudos. Veja a classificação abaixo.


1. Em relação ao meio pode ser:


- Artesanal: geralmente feito com papel, podendo ter diferente números de paginas, cores, formatos, encadernação e papéis especiais;

 

- Digital: facilmente encontrado na web em blogs e sites. Geralmente esboços feitos em dispositivos móveis como, tablets e smartfones com auxilio de softwares gráficos ou esboços manuais que passaram por um processo de digitalização.

 
2. Quanto ao tipo de estudo pode ser:

- Estudo de documentação: esboços e estudos de material histórico, cultural como trajes, objetos de época, ou de uma tribo;

- Apontamentos - esboço de características de objetos, animais ou figura humana, como poses de corpo, estudo de anatomia e movimento de animais;

- Estudo de projetos: estudo de layout de projetos gráficos, ilustração, composição de obras e técnicas de artistas;

- Estudo de estilos: estudo de padrões estilísticos de movimentos artísticos ou, de um artista específico;

- Estudo de memória: esboços e desenhos de memória;

- Experimental: desenhos, pinturas e estudos ao acaso, sem pretensões de atingir um objetivo específico ou pré-concebido. Experimentação de materiais, tintas, suportes, técnicas diferentes, etc.


Marcio Ferreira de  Araujo Miyazato é professor da Formação Profissional de Ilustração na Fundação Bradesco - Osasco.

Temas para Ilustração

Temas para Ilustração

            Ilustrar é comunicar por figuras, representar idéias com imagem que possam atender as necessidades de comunicação dos diversos setores da sociedade. Isso implica para o profissional de ilustração saber abordar e desenvolver diferentes tipos de temas com o desenho. Veja abaixo os principais temas. Esta lista é ótima para quem quer montar um portfólio, ou para quem quer exercitar a arte da ilustração!

Temas para desenhar:

Objetos
Transportes
Pessoas
Esportes/Lazer
Abstratos
Animais/Vida selvagem
Fundos/Texturas
Arte
Beleza/moda
Edifícios/Finanças
Celebridades
Editorial
Comidas e Bebidas
Educação
Cuidados de Saúde
Festas
Industrial
Interiores
Modelos (com autorização)
Natureza
Parques /Ar livre
Ciência
Sinais e Símbolo
Tecnologia
Vetores/ clip-art
De Época
Diversos

Dica: Crie um blog, publique seus desenhos e compartilhe com outros artistas. Isso vai ajuda-lo a perceber a qualidade gráfica do seu desenho e ter uma avaliação construtiva por meio do comentário de seus amigos ou profissionais da área.

Por: Marcio Ferreira de Araujo Miyazato é professor da Formação Profissional de Ilustração na Fundação Bradesco - Osasco.

Níveis de atuação na ilustração.

Níveis de atuação na ilustração.

            A formação de Ilustração no Brasil tem sua origem no ensino do desenho artístico e artes plásticas. Muitas escolas não aprofundam questões próprias da área da ilustração, não refletem sobre dimensões que envolvem a linguagem da ilustração e nem seu papel como meio de comunicação. O resultado disso é uma formação inconsistente, e mais, uma geração de ilustradores sem base sólida, que sequer conseguem defender, seu papel no mercado. No Brasil a atividade é mal repensada, não há por parte de muitos ilustradores brasileiros uma necessidade de discutir a ilustração com uma profundidade mais teórica. Os diálogos ficam no nível técnico e artístico, não entra para um nível conceitual, o que faz com que a ilustração, não seja vista em sua complexidade e lugar merecido, por outro lado, algum que ao entrar no nível acadêmico abandonam a pratica e reduz sua atuação no mercado. Assim, podemos encontrar níveis de atuação com ilustração: o nível de ilustração artesã, amadora, semiprofissional, profissional e acadêmica.

a)     Ilustração-artesã: é aquele nível onde o ilustrador/a atua de modo prático e defende a ideia de “dom” para desenhar. Para este, a ilustração se resume em técnicas próprias, principalmente, a técnica que ele ou ela domina ou sabe. Na Ilustração-artesã, o sujeito não se interessa por estudos, seu método é acerto e erro pela pratica.  Na verdade sua atuação reduz à ilustração ao seu “dom” de desenhar.


b)    Ilustração-amadora: está um pouco à frente da Ilustração-artesã, pois, o amador/a apresenta interesse de aprender outras técnicas, porém por meio de autodidatismo. No nível amador, o ilustrador/a torna-se consumidor de livros e revistas de técnicas de desenho e pintura, além dos tutoriais que encontram na internet. Sua atuação no mercado não é tão limitada como a do ilustrador artesão, mas, perde-se com uma visão tecnicista, a noção do quanto o trabalho de ilustração vai além do mero produto técnico e artístico.

 
c)    Ilustração-semiprofissional: Neste nível, o trabalho com ilustração apresenta preocupação tanto com aspectos técnico-artísticos quanto com aspectos conceituais ou de comunicação. Neste nível o ilustrador/a procura se atentar com a mensagem que sua ilustração pode ou não representar. Já tem um dialogo pra além da técnica, se preocupa com o público e com a comunicação da mensagem de seu cliente.

 
d)     Ilustração-profissional: Este nível, o trabalho com ilustração apresenta preocupação tanto com aspectos técnicos quanto com aspectos conceituais, quanto a outras funções que uma ilustração pode impactar dentro de um projeto como um todo.  Neste nível o ilustrador/a sabe que seu papel vai além da produção de artes ou textos visuais. O sujeito se atentar com o impacto social econômico e cultural que uma ilustração pode exercer. Por exemplo, numa ilustração publicitaria, a ilustração além de representar os conceitos de um produto ou serviço, também, pode apelar retoricamente aos desejos do publico; como os “apetites appeals” de sorvetes, chocolates, sucos e outros produtos e serviços.


Exemplo: Apetite appeal - picolés refrescantes

(o termo técnico, apetite appeal significa apelo à fome)

 
 A ilustração pode seguimentar um produto ou serviço; quando com uso de personagens um produto é direcionado para o público infantil ou outro público.  A ilustração como linguagem, pode modular um projeto de comunicação; quando num panfleto informativo sobre saúde ilustra personagens ou usa linguagens como quadrinhos, infográficos em direção a um determinado gênero, faixa etária ou sujeito com aspectos cognitivos delimitados.

             O ilustrador/a profissional tem consciência (ou deveria ter) que a ilustração dentro de um projeto pode exercer função de: potencializar a comunicação, colaborar com estratégia de marketing e propaganda, compor um produto e impactar tanto no capital simbólico como financeiro da empresa ou instituição.

 
a)    Ilustração-acadêmica: é aquela que se limita ao discurso teórico sobre ilustração. Neste nível a pratica não é tão importante, mas, sim a reflexão sobre a ilustração sobre o viés de diversas disciplinas e perspectivas teóricas. Disciplinas como: Teoria da imagem, Semiótica, Historia das artes, Linguagem Visual, Psicologia Gestalt, Antropologia visual, Estética, Gramatica visual, Teoria das cores, Sociologia do consumo e da arte, Linguística e outras mais, podem auxiliar o ilustrador a compreender, qualificar e melhorar sua área de atuação.

            Como podemos ver existe vários níveis de atuação com ilustração: o nível de ilustração artesã, amadora, semiprofissional, profissional e acadêmica. Não temos interesse pelo nível da ilustração-artesã. Buscaremos uma orientação para o nível profissional, mas, nada impede o estudante de iniciar na carreira pelo nível amador e durante o decorrer do tempo alcançar o profissional. Então, prepare um pequeno portfolio e boa sorte!



 
Por: Marcio Ferreira de Araujo Miyazato é professor da Formação Profissional de Ilustração na Fundação Bradesco - Osasco. 


Os meios de ilustração

Os meios de ilustração

            A ilustração é uma linguagem imagética, e geralmente, tem sido associado à atividade de um desenhista ou, de um  artistas plástico, porém, ilustrar não é uma atividade exclusiva do desenho, a fotografia, também serve como ilustração. Em outras palavras, um fotógrafo também pode considerar-se um ilustrador na medida em que suas fotografias exerçam a função de ilustrar ou comunicar temas, assuntos, ideias e mensagens, em projetos editoriais, publicitário, etc. Uma ilustração pode ser produzida por meios:


a)    Tradicionais; quando produzido com uso de desenho, pintura, colagem e outros modos artesanais.

b)    Mecânicos; quando utilizados mecanismo de gravura, xilogravura, máquina fotográfica, etc.

c)    Digital; quando utilizado o uso de softwares e tecnologia digital.

 Mas, qual é o melhor meio para entrar no mercado de ilustração, o tradicional ou o digital?  A resposta é, sem duvida, os dois. Num mercado cada vez mais competitivo um artista deve buscar ser completo. Há alguns mercados como o editorial que tem profissionais da ilustração que utilizam mais, o meio tradicional, mas, no momento de enviar o trabalho para o cliente, terão que digitalizar o desenho ou mesmo, fazer algumas correções no software de tratamento de imagem. Por outro lado, há áreas que privilegiam o digital, mas, somente o processo digital tem limitado o aspecto criativo do ilustrador, assim, o meio e os processos tradicionais podem contribuir com o digital. Dentro de grandes agências de publicidade ou escritórios criativos de design, o ilustrador pode vir a utilizar dois ou três métodos num trabalho, desse modo, não devemos desprezar o potencial de cada método disponível.

            Como podemos ver, há três meios ou métodos de ilustração, ambos têm seu potencial especifico, cabe o ilustrador ter sensibilidade e percepção estratégica para definir qual, quando e onde utilizar cada método.

Por: Marcio Ferreira de Araujo Miyazato é professor da Formação Profissional de Ilustração na Fundação Bradesco - Osasco.